"Acaso, pode uma mulher esquecer-se do seu filho que ainda mama, de sorte
que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se
esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti". Isaías 49.14
Todos os segundos domingos do mês de Maio são reservados à comemoração do Dia
das Mães. Mas essas mulheres notáveis, que não fogem e nem se acovardam, e
assumem a maternidade são dignas de receber o carinho, o respeito e a
consideração de seus filhos, todos os dias do ano.
Não vou discorrer sobre a origem desse
Dia. Há na internet uma quantidade enorme de informações a esse respeito. Minha
intenção é cavocar mais fundo na questão da maternidade porque pelo que tenho
visto e ouvido, ela já não é mais algo que a mulher se orgulhe de poder
experimentar. Há um grande descaso da parte da maioria das mulheres hodiernas a
respeito da maternidade.
Mãe, em primeiro lugar não
é unicamente aquela gerou no útero. A que apenas gera no útero
é genitora, pura e simplesmente, todavia, a maternidade vai muito mais além do
que simplesmente povoar por nove meses um útero e depois parir trazendo à luz
um outro ser, uma outra vida. Mulheres que geram e amamentam em seus seios
aqueles a quem deram a luz podem apenas ser genitoras e me parece que hoje em
dia isso é muito mais comum do que vivenciar a maternidade com todas as suas
implicações e intercorrências.
Mãe pode ser, também, aquela que gerou
na alma, no coração. Mãe pode ser aquela que, não tendo a oportunidade de gerar
filhos, decidiu tomar em seus braços aquele que foi gerado por outra mulher.
Mães adotivas também são mães, sim.
Portanto, mães de verdade, são aquelas que assumem
a maternidade.
Em
I Reis 3.16-28 encontramos uma comovente história de duas prostitutas que
moravam na mesma casa e estavam grávidas. Com o intervalo de três dias, ambas
deram a luz a seus filhos. Aconteceu, todavia, que uma delas, por descuido
sufocou seu filho durante a noite, enquanto dormia, causando a morte do menino.
Ao
ver que seu filho havia morrido, ela levantou-se levou seu filho morto e trocou
pelo filho vivo da outra mulher. Quando a mulher do filho vivo se levantou para
amamenta-lo constatou que a criança ao seu lado estava morta e também que não
se tratava de seu filho. Deduziu o que de fato havia acontecido, ou seja, que a
outra mulher havia trocado os meninos.
Ambas
compareceram diante do Rei Salomão que ouviu a história, mas cada mulher
alegava que o filho vivo lhe pertencia. O Rei ordenou que trouxessem uma espada
afiada e que a criança fosse cortada ao meio e que cada uma das metades fosse
entregue às mulheres.
Uma
das mulheres então abriu mão da criança pedindo que o Rei tivesse misericórdia
e não o matasse. A outra revelou total descaso com a criança ao dizer: “Que não
seja nem meu e nem teu. Pode cortar o menino ao meio”.
O
Rei então determinou que a criança fosse entregue viva à verdadeira mãe, ou
seja, aquela que preferiu abrir mão do filho conquanto ele continuasse vivo.
Mães verdadeiras se sacrificam por seus filhos. Uma
mãe de verdade dá a vida por seus filhos.
Vivemos
no Brasil um momento delicado nessa questão da maternidade. O CFM informou que no final do mês de
Março do corrente ano à Comissão Especial do Senado que discute a reforma
no Código Penal uma proposta com o posicionamento favorável à legalização do
aborto até o 3º mês de gestação. Segundo o Presidente do Conselho, Roberto
Luiz d'Avilla cerca de 80% dos 27 conselheiros votaram favoravelmente
à pergunta "você é a favor ou contra respeitar avontade da gestante até
a 12ª segunda semana de gestação?”.
Segundo d’Avilla, o 12º mês de gestação foi definido pelo conselho por
duas razões. Além de ser o momento em que o feto ainda não desenvolveu por
completo o seu sistema nervoso, é também o período que representa menos riscos
para a saúde da mulher. "Essa é a idade gestacional que o mundo
inteiro se baseia para autorizar ou permitir", afirmou.
Atualmente, pelo Código Penal, o aborto é permitido em casos derisco
à saúde da gestante ou quando a gravidez é resultante de um estupro. Em
2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que grávidas de fetos
sem cérebro poderão optar por interromper a gestação com assistência médica. Mas
como ainda não há lei que permita a prática, o direito não é automático. Se um
hospital se recusar a fazer o aborto, por exemplo, a mulher pode recorrer à
Justiça com base na decisão do STF.
Tenho ouvido algumas declarações de pessoas que apoiam a legalização do
aborto tais como:
A mulher tem direito sobre o seu corpo. Sim, mas
e se o feto que nela estiver for outra mulher? E mesmo que não for mulher, que
direito tem ela para decidir sobre o corpo que carrega em seu útero? Algum
jurista vai se aventurar a escrever sobre o Direito do Feto?
1. Melhor abortar do que permitir que alguém venha ao mundo para se
alimentar com aquilo que encontra no lixo. Essa foi uma das frases ditas pelo
Sr. Edir Macedo em sua palestra na Associação das Mulheres Cristãs.
Infelizmente, ao invés de tratar das questões sociais que incluem melhor
distribuição de renda, educação de qualidade, saúde para todos nas mesmas
condições, ele sugere resolver esses problemas sociais com o aborto.
2. Com a legalização do aborto, os números de mulheres que morrem como
consequência dessa prática irá diminuir. Isso não é verdade. Está provado,
estatisticamente, que os números oferecidos para apoiar esse argumento são
exagerados pelos defensores do aborto. Eles não condizem com a realidade. O
Brasil não precisa da legalização do aborto, mas sim de informação sobre
planejamento familiar e também o esclarecimento aos jovens sobre as
consequências naturais de uma gravidez. Precisamos parar com a hipocrisia de
dizer na mídia que o sexo seguro é aquele praticado com camisinha porque nesse
tipo de sexo evitam-se as doenças e a gravidez precoce. Sexo seguro é feito por
um casal unido pelos santos laços do matrimônio, e mesmo nesse contexto, o sexo
que gera outra vida deve ser pensado com seriedade e responsabilidade
porque filhos são herança do Senhor (Salmo 127) e os pais são mordomos sobre
essas vida preciosas. Mas o que esperar de um governo que infelizmente incentiva
o Kit Gay, que apoia a união homossexual, que destrói a família?
Há mulheres que não abortam literalmente seus filhos, mas os tratam com tanto
descaso e irresponsabilidade que vivem como se eles fossem um aborto. Há
mulheres que amam mais sua carreira profissional do que seus próprios filhos.
Não é só o homem que erra quando busca o sucesso profissional e sacrifica o
relacionamento com sua família para alcançar esse objetivo. As mulheres erram
também quando negligenciam a maternidade em prol de um "bem estar
profissional". No caso da mulher, pior ainda, porque a mulher gera a vida
enquanto o investimento do homem é lançar para dentro dela
o espermatozoide. Não que isso não exija reflexão e responsabilidade da
parte do homem, mas temos que admitir que essa tarefa. não é tão difícil assim
e além do mais prazerosa. Mas, todo o processo de fecundação, amadurecimento de
feto, gestação, amamentação corre por conta da MÃE.
Quando uma mulher negligencia a maternidade por conta do seu
"profissionalismo" ela tem uma cria e não um filho. Mães assumem a maternidade. Ter filho não é
ter uma bonequinha que faz xixi, cocô e diz papai, mamãe. Casar não é brincar
de casinha e ter filhos não é brincar com bonequinhas.
Aos covardes defensores do aborto tenho algo a lhes dizer: “Não
é interessante que vocês que defendem o aborto estão vivos porque não foram abortados?”.
Deus decidiu por sua vontade fazer da mulher aquela criatura que promove
a vida. Ser mãe é um grande privilégio que não pode ser depreciado,
negligenciado seja em que circunstância for.
Outra verdade que não pode ser negligenciada é que
cada mãe de verdade é mãe à sua própria maneira. Mães de verdade são
incomparáveis. Cada mãe é mãe à sua própria maneira.
Sara foi o símbolo de fé conforme lemos na Carta aos Hebreus. Joquebede foi
a mãe que reconquistou seu filho. Ana foi exemplo de oração, fé e de
compromisso. Rispa abnegada. Ela cuidou dos corpos dos seus dois filhos
por seis meses enxotando os animais para que não consumissem seus
corpos. Maria foi a mãe cheia de graça. Mônica, mãe de Agostinho foi
uma mãe de oração e fé.
Que
tipo de mãe é você? Paciente? Dedicada? Sacrificiosa?
Amorosa? Compreensiva? Presente? Companheira? Mulher de Oração?
Exemplo de amor aos Pais? Mães que não amam e nem reverenciam seus país estão
ensinando os filhos como devem fazer com ela no futuro. Que tipo de mãe é você?
Você é um exemplo de Vida Piedosa ou leva Deus na brincadeira?
Toda
mulher que procura ser uma fonte de ensino, uma boa inspiração, por seu exemplo
de vida para seus filhos são mães notáveis e incomparáveis.
“Um
exemplo de mãe é a maior motivação para a maternidade”.
“Abençoa,
Senhor, aquelas almas humildes, que, nestes dias de tensões e
angústias, pregam sermões sem palavras”. Peter Marshall
O valor de uma mãe é incalculável. George Herbert afirma: “Uma boa
mãe vale mais que cem professores: é um imã para todos os corações, uma estrela
para todos os olhos”. Mãe é sempre incomparável. Cada filho acha
que sua mãe é melhor do que as outras mães. Joseph de Maistre disse: Sublime
mãe – anjo a quem Deus emprestou um corpo!
Como é triste o segundo domingo do mês de Maio para aqueles que não têm mãe,
para aqueles que viram sua mãe partir, para aqueles que não tiveram o
privilégio e a honra de conhecer sua mãe e conviver com ela. “A mãe
é para os filhos o que a luz é para todos nós: só lhe sentimos a falta quando
se apaga” asseverou M. Eny. Abraham Lincoln afirmou o
seguinte a respeito de sua mãe: Tudo quanto sou ou espero ser, devo
a minha mãe”.
Em quase todas as sociedades, oriental, ocidental, em quase todas as raças,
tribos e nações, a mãe tem um papel de fundamental importância na formação e no
caráter de seus filhos. No texto de Provérbios 31.1., lemos:Palavras do
Rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe”. Quando
uma boa mãe educa seus filhos com zelo e carinho, seus filhos se tornam, via de
regra, bons cidadãos, bons maridos, boas esposas e bons pais. Quando uma mãe se
oferece como exemplo de vida piedosa, esse seu exemplo de vida se tornará na
mais instrutora escola de boas maneiras, honradez e dignidade. O exemplo fala
mais do que palavras. Sobre isso quero contar-lhes duas ilustrações, uma
negativa e outra positiva, e com elas mostrar quão importante é a mãe no lar.
Certa mãe descobriu que sua filha era mentirosa contumaz. Ela vivia pegando sua
filha em mentiras. Então questionou sua filha dizendo: Quem te ensinou a mentir
assim, menina? Certo dia, essa sua filha ligou para sua mãe dizendo que certa
senhora da Igreja viria à tarde para visitá-la e tomar um chá com ela.
Irritada, pois, não se dava muito bem com aquela senhora, voltou a mãe correndo
para casa, empenhando-se em arrumar tudo, colocar flores novas nos vasos e a
preparar um saboroso chá da tarde. Isso tudo fez irritada por não nutrir muita
simpatia por aquela irmã que viria lhe visitar. Na hora marcada, eis que toca a
campainha e a mãe, diante do olhar da filha corre para a porta e recepciona a
visitante dizendo: - Olá! Que grata surpresa, que prazer receber minha
irmã à quem tanto prezo. Sabemos, assim quem ensinou a filha a arte
tão desprezível da mentira.
Outra mãe visitou seu filho na república da faculdade onde ele morava. Chegou
meio de surpresa e foi recebida com alegria. Convidada a entrar, sentou-se na
sala enquanto seu filho foi preparar um chá. Enquanto isso, os olhos da mãe se
esbugalhavam diante dos quadros que seu filho fixara na parede: mulheres
seminuas e em poses lascivas, pôsteres de mulheres seminuas em poses eróticas.
Seu coração entristeceu-se. Não quis constranger o filho naquela hora.
Raciocinou que deveria agir com prudência, pensando naquilo que disse Andrés
Maurois: “Muitos homens são mais facilmente conduzidos por uma linha
de seda, do que por uma corda”.
Assim, depois de um tempo de reflexão em como agir decidiu ir a um atelier e
pediu a um artista que fizesse seu retrato e o colocasse em uma moldura. Enviou
tal obra de arte ao seu filho pedindo-lhe que o colocasse na parede para que
ele nunca se esquecesse da fisionomia de sua mãe. Poucos meses depois, a mãe
foi visitar seu filho e, para sua surpresa, aqueles outros quadros e pôsteres
haviam sido jogados fora e só havia na parede, o retrato dela. Sem dúvida o
retrato de sua virtuosa mãe não poderia dividir o mesmo espaço com aqueles
quadros dantes na parede.
Por que não nos lembrarmos de Joquebede, mãe de Moisés? Não há dúvida alguma de
que a educação que Joquebede deu ao filho foi o fator fundamental na hora dele
decidir entre o Palácio ou a favela dos cativos hebreus. O grande libertador
dos israelitas decidiu ficar ao lado do seu povo oprimido e humilhado,
tornando-se, logo, o libertador deles.
O valor de uma boa mãe é mesmo incalculável. Lao Tsé disse: ”O
pai e o filho, são dois. A mãe e o filho são um”.
O homem pode esquecer da mulher e a mulher esquecer do homem, mas um
filho sempre se lembra de sua mãe.
Mães de verdade são mães para sempre
As
mães nascem quando geram seus filhos, sejam eles gerados no útero ou no
coração, filhos genéticos ou por adoção. E ainda quando os filhos se forem,
elas continuarão sendo mães.
Alguém
já disse que uma mãe é para cem filhos, mas cem filhos não é para uma mãe. Uma
mãe de verdade jamais abandona seu filho.
A
mãe de Jesus estava com ele, aos pés da cruz.
As
mães visitam seus filhos encarcerados.
Rispa
foi a mãe que pranteou seus filhos e cuidou dos corpos dos seus filhos
despedaçados por seis meses afugentando os animais.
Noemi
perdeu seus filhos, mas continuou sendo mãe de Malon e Quiliom.
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer
acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Permitam-me
um pitaco poético de minha lavra finalizando esse meu ensaio sobre as notáveis
mulheres a quem chamamos MÃE, doce e pequena fonética para uma grande criatura.
Parabéns às Mães de Verdade.
àquelas notáveis mulheres que honram a maternidade.
Porque escolheram que fosse assim.
Mães do começo até o fim.