O uso do sufixo “ismo” sugere um sistema. Secular”ismo”,
portanto, é algo que tem a ver com o século com o aqui e agora, com o já e
imediato, com a presente ordem. Quando Paulo escreveu a sua carta aos romanos
ele disse: “E não vos conformeis (amoldeis) com este século...” (Romanos
12.2).
O cristão mesmo tendo sido regenerado,
tendo sido feito nova criatura, ainda vive nesse mundo, sob essa ordem que
temos, e tem suas responsabilidades que são muitas: estudos, profissão,
família, religião, dever e lazer. Tudo isso faz parte de nossa agenda, de nossa
vida. Os cristãos de hoje não podem cometer o mesmo equívoco que cometeram
aqueles cristãos do quarto século que, no afã de fugir da contaminação, a que a
Igreja de seus dias se permitia submeter, fundaram os mosteiros e decidiram
viver no isolacionismo do mundo. Jesus orou ao Pai pedindo pelos seus: “Não
peço que os tires do mundo, e sim que os livres do mal”. (João 17.15) O
cristão deve viver no mundo para poder exercer, dentre outras prerrogativas, a
função do sal que impede a putrefação moral da sociedade, e da luz que ilumina
com o conhecimento aqueles que vivem nas trevas da ignorância, principalmente
espiritual.
Assim sendo, temos diante de nós um
dilema: vivemos no mundo, mas não somos deste mundo. O sentido disso é que
temos nossas obrigações com o mundo (como vimos acima) no que consiste nossas
responsabilidades como cidadãos, mas ao mesmo tempo temos que nos lembrar que
não pertencemos a este mundo e que não podemos nos deixar influenciar por ele.
Como cidadãos do mundo e ao mesmo tempo da pátria celestial que aguardamos, devemos
cumprir nossas obrigações tendo como alicerce os princípios éticos e morais tão
excelentes que encontramos na Palavra de Deus e que foram encarnados por Cristo
Jesus o Filho amado de Deus.
Aprendemos com clareza na Bíblia que é
mister fazer todas as coisas de todo coração, como para o Senhor e não para os
homens (Colossenses 3.23,24) porque e Dele que vem a justa recompensa. Seja
qual for nossa profissão, todos nós temos um só Senhor a quem devemos agradar,
e esse Senhor é o próprio Deus. O cristão deve fazer de sua profissão um meio
pelo qual Deus seja glorificado, seu nome honrado e uma forma de testemunho ao
mundo a respeito das boas novas de salvação.
Pensando a esse respeito eu pergunto:
Quando levantamos cedinho para o trabalho, seja ele qual for (desde que
honesto), estamos pensamos na glória de Deus e na honra do seu nome, ou
pensamos naquilo que os outros irão pensar de nós, na forma como as pessoas nos
veem e nos honram? Veja você; esse é um filtro que irá definir não só o que
fazemos, mas como e porque fazemos. Somente quando respondemos bíblica e
corretamente a essa pergunta é que podemos nos habilitar a viver nesse século
com a mente e as esperanças voltadas para a eternidade. Somente quando
respondemos a essa pergunta de forma positiva é que nos habilitamos a vivermos
de fato para Deus de tal maneira que o século presente é apenas um tempo no
qual Deus e sua Glória são claramente identificados naquilo que pensamos,
falamos e fazemos.
A glória desse mundo é passageira.
Nenhuma glória desse mundo pode ser comparada com a glória do porvir. Por isso
Paulo exorta aos Colossenses que vivemos nesse mundo, mas se já fomos ressuscitados,
isto é, se nascemos de novo, devemos pensar e buscar as coisas do alto onde
Deus está.
As glórias de nossa conquista nesse
mundo aqui são relativamente importantes, mas se as obtivermos à custa do Reino
de Deus e sua Justiça, se elas isolarem Deus e nos alienarem Dele, então
descobriremos com um gosto amargo na boca que realmente não valeu a pena tanto
esforço, porque na verdade isso é como correr atrás do vento.
Não se deixe vencer pelo secularismo. Há
tempo para tudo debaixo do sol. Há tempo para conquistas nesse mundo e para
acumularmos tesouros no céu.
Descubra o sabor delicioso que é viver
para Deus e então tu terás descoberto todo o sentido para a vida e existência.
Quem vive para o hoje, descobrirá de forma terrível, que só teve o hoje para
viver. Semeie no reino de Deus e colha frutos para a eternidade.
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